Category: Estudos Bíblicos

O Escritor dos Escritores

Conversando com minha mãe, ela me contou da filha de uma amiga, que disse não ler a Bíblia porque era muito complicado de entender, porque achava que não era tão importante ler.  O ponto principal, colocado por minha mãe a ela, para explicar a importância de ler a Bíblia, bastante óbvio se você parar para pensar, é: “como você vai servir a um Deus que você nem conhece?” Sem saber como Ele é, como Ele age, como Ele pensa, como seguí-lo? É por isso que vemos tantas pessoas fragilizadas, tanta gente enfraquecida nas igrejas, de um modo geral. Porque as pessoas não conhecem Deus, não sabem quem Ele é. Procuram conhecer a Deus pela experiência e informação dos outros, enquanto Ele deixou Sua Palavra escrita para que ali pudessem conhecer tudo a respeito de sua personalidade, seu caráter e sua maneira de pensar. Não precisamos e não podemos seguir a Deus pela cabeça dos outros, é NECESSÁRIO termos experiência pessoal com ele, uma amizade mesmo.

Se eu admiro um escritor, procurarei ler tudo o que ele escreveu para saber o que se passa em sua cabeça, para absorver o espírito daquela leitura, não é? Nosso Deus é o Escritor dos escritores, é o maior de todos, incomparável. E nos deixou um Livro que é maior do que qualquer outro livro, pois cada versículo se desdobra em uma longa conversa com Ele. É um livro multidimensional, escrito pelo único Ser multidimensional que existe, que é o nosso Deus. A Bíblia é completa, é perfeita, e Deus está pronto para nos revelar todas as dimensões de sua Palavra, se nos colocarmos à disposição dele para fazer essa leitura, com sede de conhecê-lo. Eu sou escritora, passei muito tempo da minha vida exclusivamente escrevendo, e só não publiquei nada por editora alguma porque realmente não quis, pois tive convites, mas nunca me sentia segura o suficiente para concluir um dos meus inúmeros livros começados e dizer: “está pronto, está bom, quero publicar”. Mas continuei escrevendo artigos, fazendo revisões, trabalhando com literatura, que era minha principal atividade antes de começar a trabalhar com escultura personalizada. É tão legal quando alguém diz: “gosto muito do que você escreve”, e quando alguém acompanhava meu blog há bastante tempo acabava me conhecendo bem e fazendo amizade comigo. O contrário também era verdade, pelo que eu escrevia, a pessoa via se tinha ou não afinidade com meu jeito de pensar e se aproximava, ou se afastava. Em alguns momentos, eu via, por um comentário ou outro, uma pergunta que eu já havia respondido no texto, que a pessoa tinha tido preguiça de ler todo o post. Isso era muito chato, porque dava vontade de dizer: “escuta, lê tudo novamente, que a resposta está ali”. E às vezes eu até dizia…claro que com outras palavras (com mais palavras).

Com Deus é a mesma coisa. Imagina que chato você batendo em uma tecla com Ele, uma dúvida que Ele já respondeu no Livro que escreveu e que deixou para você ler. Como escritora e como amiga eu me sinto tão desprezada quando alguém que se diz meu amigo ou mesmo algum parente diz que não lê meu blog porque tem preguiça, meus textos são longos, eu uso palavras difíceis e cansa ler. Parece que a pessoa quer dizer que não se interessa pelo que eu penso, pelo que eu quero dizer e que eu não sou assim tão importante para que ela gaste um pouquinho de seu tempo tentando me conhecer melhor. Em contrapartida, é tão prazeroso, eu me sinto tão amada quando algum amigo ou parente me diz que eu devo escrever com mais frequência, que sente falta de meus textos, que mesmo eles sendo longos são tão gostosos de ler que quando mal percebe, eles já acabaram! Eu me sinto valorizada, amada e dá vontade de escrever mais, de fazer mais por essa pessoa que me considera tanto.

Perdi a conta de quantos e-mails recebi de pessoas que eu nem conhecia, pedindo atualizações dos blogs e de artigos nos sites em que eu colaborava, elogiando os textos e dizendo que sentiam a minha falta. E hoje eu penso que se uma pessoa é capaz de demonstrar carinho e consideração por outra pessoa que nem conhece, somente por gostar do que essa pessoa coloca de si no que escreve, imagina qual não seria a atitude correta de alguém que diz amar ao Senhor sobre todas as coisas, diante daquilo que Ele escreveu?

Amigo, se você quer conhecer a Deus, comece pelo blog dele, a Bíblia Sagrada. Ele tem atualizações diárias e eternas, ainda que nenhuma letra mude, Ele nos revela coisas novas a seu respeito todos os dias. E, como já escrevi, em outro artigo, Ele quer ser nosso amigo, quer falar conosco como falava com Moisés (“como alguém fala com seu amigo”), é esse nível de intimidade que devemos buscar ter com Ele. Não somos menos do que os homens da Bíblia, nem somos mais, somos iguais e temos condições de ter o mesmo relacionamento com Ele. Aliás, como estamos no tempo da Graça, com o Espírito Santo em nós, não estamos mais separados de Deus, e Ele deveria se manifestar em nossa vida muito mais do que no Antigo Testamento. Por que o povo acha que o tempo da Graça tem de ser tão sem graça? Sem convívio íntimo com Deus, sem amizade, sem poder, sem milagres, sem maravilhas? Não é assim, não! Leia a Bíblia, procure conhecer quem é o Deus que você serve e você nunca mais terá dúvidas a respeito do que Ele quer e do que Ele não quer fazer em sua vida.

Agradar a Deus

Em várias passagens bíblicas fica claro o quão importante é agradar a Deus, mas eu sempre tive a dúvida: como agradar a Deus?

Quando se fala em agradar a Deus, logo vem à mente a passagem Bíblica em que Paulo diz que “Sem fé é impossível agradar a Deus” . Hebreus, capítulo 11, no versículo 6: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus”. Um pouco antes, no versículo 1 do capítulo 11:

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem” Então sem ter a certeza do que eu espero e convicção do que eu não vejo, é impossível agradar a Deus. Primeiro, pelo óbvio: não consigo ver Deus, então tenho que crer que Ele existe, mesmo sem ver, para isso é necessário fé, pois espero que Ele exista, e tenho certeza que Ele existe.   Mas vai além, pois ele fala em “fatos que não se vêem”. Deus não é um fato, Deus é uma pessoa, um indivíduo. O fato é a Palavra dele, é o que Ele disse que vai acontecer. A fé te faz ter convicção de que o que Ele disse é verdade, antes que você veja, como se já tivesse visto. Para quem é da fé, não faz diferença ver ou não ver, a pessoa crê, tem convicção, da mesma maneira.

Então eu preciso disso para agradar a Deus. E por quê Deus se agrada disso? Porque atitudes de fé permitem que liberemos todo espaço para que Deus possa agir em nossa vida. Ainda tenho de escrever algumas definições básicas a respeito do universo, para você entender como isso funciona, mas imagine que vivemos no interior de uma cebola, naquele miolinho, eu, você, nosso mundo, todo o universo visível. As camadas externas fazem parte da cebola, envolvem a cebola, conseguem ter contato com o miolinho, mas o miolinho, olhando para si mesmo, não é capaz de ver as camadas externas. Deus está na última camada da cebola, vê todas as camadas, inclusive o miolinho, e sabe como as coisas funcionam, como fazê-las funcionar. Ele precisa que confiemos nas coisas que Ele nos diz e que façamos de acordo com o que Ele falou. Mas como fazer isso se, olhando para o miolinho da cebola, para a situação, para o problema, dou mais atenção ao que estou vendo do que ao que Deus me diz? Como posso ter convicção daquilo que não vejo, se só consigo acreditar no que estou vendo?

Aliás, é uma baita mentira esse negócio de dizer que só acredita no que vê. A pessoa acredita no que não vê, também, mas só em coisas ruins. Acredita que não vai dar certo, ainda que a situação não tenha sido concluída. Acredita que a pessoa vai morrer, mesmo que ela ainda esteja viva, na UTI, só porque o médico falou, acredita que nunca vai conseguir ser feliz no amor, ainda que esteja solteira, com milhões de possibilidades à sua frente. Ela está solteira e tem certeza de que nunca irá se casar, apesar de querer muito. Uai, ainda que ela queira se casar, ela espera não se casar, já está esperando isso. E quando tem certeza de que não vai conseguir casar, ela está tendo certeza de algo que espera…isso é fé! Ela está aplicando sua fé em algo negativo, com tanta força, que pode acabar fazendo acontecer. Isso não agrada a Deus! Mas ela sabe usar a fé, veja só, só não usa para as coisas certas. Por quê? Porque dá ouvidos às forças espirituais do mal, mais do que ouve a Deus.

Então eu preciso usar a fé para agradar a Deus, ter o pensamento da possibilidade, ter a certeza do cumprimento das promessas. Não tenho que saber COMO Deus vai fazer, só tenho de saber que Deus vai fazer! Ter convicção disso, sem dúvida nenhuma.

Tiago 1:6-8 diz outra coisa interessante a respeito da fé que agrada a Deus. Ele começa falando que se alguém precisa de sabedoria, deve pedir a Deus (aliás, bom conselho: em sua oração hoje, peça sabedoria a Deus. Peça todos os dias, e todos os dias Ele te dará mais e mais sabedoria e entendimento da Palavra e de como você deve agir em seu dia-a-dia, em tudo). Então ele aproveita para explicar como deve ser feito esse pedido:

“Peça, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos”

Pare aqui, meu amigo, releia o que Tiago diz. Primeiro, ele diz para pedir com fé. Depois explica o que é pedir com fé: Não duvidar EM NADA. O contrário da fé não é a razão (razão é complemento da fé, as duas DEVEM andar unidas), o contrário da fé é a dúvida. O cara que duvida não agrada a Deus (taí a resposta rápida e certeira para quem ainda questiona se é certo ou não ter convicção, ter certeza daquilo que a gente espera de Deus), e Tiago ainda esculhamba a criatura, dizendo que “o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento”. A onda vai e vem, vai e vem, vai e vem….é a pessoa que tem altos e baixos, uma hora ela está bem, outra, está mal. Uma hora ela está forte, em outra, está debilitada. Quem vive assim não vive pela fé, pois os da fé não são movidos pelo vento da dúvida.

E Tiago completa, direto e sincero, sem voltinhas: “Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa”. Forte isso, não??? O homem que duvida, que não vive pela fé, não deve esperar alcançar alguma coisa do Senhor. Duvidando, mesmo dentro da igreja, Tiago deixa claro que ele jamais alcançará de Deus alguma coisa. O pior é que depois o indivíduo não recebe nada de Deus (por ter dado lugar à dúvida) e sai ligando a metralhadora giratória: coloca a culpa na igreja, coloca a culpa no pastor, na palavra que foi pregada (dizendo que “não e bem assim”), coloca a culpa até em Deus, mas não consegue sequer admitir que o erro está nela mesma, em sua falta de fê, em seu ânimo dobre, em sua inconstância espiritual.

Mas como posso saber se estou ou não agradando a Deus? O Salmo 41:11 deixa bem claro: “Com isto conheço que tu te agradas de mim: em não triunfar contra mim o meu inimigo.” Ou seja, é o RESULTADO que te mostra se você está ou não agradando a Deus. Hoje nossos inimigos são os problemas, as forças espirituais do mal, aquelas situações que não conseguimos resolver sozinhos. Se os problemas têm triunfado sobre a sua vida, significa que a sua vida não tem agradado a Deus, ou seja, que você tem andado em dúvida, não em fé, não tem estado diante de Deus com inteireza de coração, nem com certeza de que Ele te ouve e é poderoso para te responder e vai te dar a resposta. A forma de saber se eu estou agradando a Deus é olhar para a minha vida e ver se os problemas estão me atropelando ou se eu tenho tido vitória sobre cada problema que se levanta contra mim. É bem simples, assim.

As coisas de Deus são bem mais simples do que te contaram, sinto lhe informar….todas aquelas voltinhas que fizeram em torno disso, para parecer que a Bíblia é um livro extremamente complexo, capaz de ser decodificado apenas por poucos escolhidos, era pura enrolação. A única pessoa capaz de te mostrar a realidade da Bíblia é o Espírito Santo, e a boa notícia é que ele é a pessoa que mais quer que você entenda a Bíblia, ele é a pessoa que mais deseja que você entenda essas coisas todas. O evangelho é simples. É quase um joguinho de lógica: SE você fizer isso, ENTÃO acontecerá isso, isso e isso. SE, porém, você fizer aquilo, ENTÃO acontecerá tal e tal coisa. Tudo gira em torno de causa e consequência, por isso a fé tem de andar lado a lado com a inteligência, com o raciocínio, e a emoção tem de ficar lá no cantinho dela, controladinha, sem se meter na conversa.

A partir do momento em que você conseguir entender quem é Deus, como Ele pensa, como Ele age, qual é a personalidade dele, o que Ele quer, o que Ele espera, como as coisas funcionam, tudo começará a fazer sentido, a se encaixar e dar RESULTADO. Como você vai ser amigo de alguém a quem você não conhece? Como seguir um líder que você nem sabe como pensa ou como age? A hora em que você estiver pronto para assumir que não sabe nada, jogar fora todo o “evangeliquês” que aprendeu, e se dispuser, diante de Deus, a conhecê-lo e aprender desde o começo, como uma criança, dizendo a Ele que quer conhecê-lo de verdade, você conseguirá confiar, saberá quem Ele é, terá condições de crer, sem duvidar, verá o resultado em sua vida, verá os problemas perdendo a força e sendo destruídos diante de seus olhos…verá que seu inimigo não triunfa mais sobre você…e saberá que, finalmente, está agradando a Deus.

Falando aos crentes

Eu costumava dizer que a última coisa que eu queria era escrever para crente. Na minha cabeça, quem estava na igreja deveria buscar sozinho intimidade com Deus, pois já conhecia a Palavra. Eu acreditava que se tivesse algum dia de escrever sobre Jesus, teria de escrever para quem não o conhecesse, para apresentar Jesus aos de fora da igreja, afinal de contas, fomos chamados para isso.

Meu raciocínio não estava de todo errado. Eu via os blogs cristãos e eles eram feitos para um grupinho fechado, escritos em evangeliquês, como se estivessem evangelizando os não-cristãos, mas utilizando-se de linguagem evangélica, e eram (obviamente) lidos apenas por evangélicos (por alguns, os que tinham saco para textos em evangeliquês arcaico), comentados por evangélicos, e aquelas palavras não surtiam efeito algum para ninguém, pois não chegavam ao público-alvo e não faziam diferença nem para os que as escreviam, nem para os que liam. Era um processo bastante esquisito, mas eu via os crentes se fechando em guetos, porque é bem mais fácil ser crente no meio de crente, né não? Duro é ser crente o suficiente para viver como uma pessoa normal no meio de não-cristãos e mostrar o caráter de Cristo de verdade, sem falar evangeliquês.  As pessoas sabem ser religiosas, mas são poucas as que sabem ser cristãs de verdade.

Então me encontro em um determinado momento de minha vida em que Deus me colocou em um cantinho. Não tenho como fugir mais. Porque enquanto eu estive fugindo e negando o que Ele queria que eu fizesse, só me dei mal. Tenho visto o quanto as pessoas dentro das igrejas evangélicas estão dependentes espiritualmente, presas à religiosidade, presas ao “formato de crente”, achando que as coisas de Deus são para dentro da igreja, e lá fora é lá fora.

Tem me incomodado muito ver gente que se diz cristã e quando abre a boca deixa claro que não faz a menor idéia do que isso significa, pois continua escrava da situação, escrava dos problemas, escrava da ansiedade, escrava do medo, escrava do desânimo, escrava do sentimentalismo, escrava da gangorra emocional. “Para a liberdade foi que Cristo vos libertou”, porém existe muita gente achando que foi liberta, mas que continua a arrastar correntes pelos seus dias.

Eu mesma já estive nessa situação, pois tendo nascido em lar cristão e crescido em Escola Bíblica Dominical, passado por vários retiros espirituais, por gincanas bíblicas que me ensinaram a desembainhar a Espada, um, dois, três! E decorado centenas de versículos bíblicos, musiquinhas cristãs para todas as idades, visitado várias denominações evangélicas e mudado três vezes de igreja, já tive cargos dentro das igrejas, já fui obreira, já fui “tia” da escolinha das crianças, participei de diversas peças de teatro, de grupo de dança, de corais, já fiz limpeza na igreja, já estive na área administrativa, e também já passei anos sem fazer absolutamente nada dentro da igreja. Também passei por períodos em que ia à Igreja só quando dava, quando eu não estava cansada, quando não estava chovendo, quando eu não estava com preguiça, ou doente. Nisso acabei ficando mais de um ano praticamente sem ir à igreja. Ia apenas para cumprir uma obrigação, mas achava que não era necessário, pois eu buscava a Deus em casa.

Ou seja, já passei por praticamente todas as fases de uma pessoa dentro da igreja, e um dia me dei conta de que não estava tendo a “Vida abundante” que Jesus promete em uma daquelas passagens Bíblicas que decorei. Onde estava o erro? Onde eu, tão sincera e dedicada a Deus, estava errando? Em determinado momento fui obrigada a revisar a tal sinceridade e dedicação e me dei conta do quanto estava sendo negligente e de que eu precisava buscar a Deus como se não o conhecesse. Esquece, Vanessa, que você tem quase trinta anos de igreja, porque isso não vale nada. Sorry, mas nada do que você faz ou já fez dentro da igreja faz alguma diferença para Deus se o seu coração e sua vida não estiverem 100% nas mãos dele.

Lá fui eu, começar do zero. E durante essa caminhada, me dei conta de quantas pessoas estão naquela situação. E depois de ter minha vida transformada por essa simples mudança de atitude percebi que preciso, sim, falar aos crentes, até por perceber que tem muita gente dentro da igreja mais perdida do que grande parte do pessoal no mundo. Se houver ao menos um realmente sincero, que esteja verdadeiramente interessado em saber em quê exatamente está errando e quiser ser a pessoa que Deus quer que ele seja, já valeu a pena.

Usarei este blog, a partir de hoje, também para passar a Palavra que Deus tem dado a mim. O que você, leitor, fará com essa informação, já não é da minha alçada, é contigo. Mas se você realmente quer ser um cristão de verdade, prepare-se, pois não é nem um pouco difícil…e por isso mesmo, não é nada fácil.


PS: Não espere evangeliquês porque eu não falo essa língua. Não espere definições teológicas e palavras em grego, que não tenho a menor intenção de complicar o que é simples.  Meu compromisso com vocês, agora, é diário. Todos os dias colocarei um texto novo a respeito do que é ter vida com Deus. E não espere também linguagem rebuscada, ou aparência de santidade. Tiremos, por favor, essas frescuras de nosso meio, pois as coisas são bem simples, bem práticas, concretas. Mas vá por mim, vale muito, muito a pena aprender assim.

Aleluias!

Em um post antigo do blog do Bispo Macedo, encontrei em um comentário a pergunta de um rapaz, tomo a liberdade de copiar a pergunta e minha resposta, para o caso de haver mais alguma outra pessoa com essa dúvida e que resolva colocá-la no google.

“gostaria que o senhor me esclarecesse a respeito da palavra “Aleluia”, que quer dizer, Glória a Deus. Pois já ouvi falar que é incorreto para nós que cremos no Único Deus pluralizarmos essa palavra e falar “Aleluias”. Pois assim estaríamos dizendo “Glórias aos deuses”. Se possível gostaria que o senhor comentasse sobre esse termo se isto que ouvi está certo ou errado, pois observo que não são poucos os pastores que, no momento de adoração a Deus durante as reuniões, dizem “Aleluias”.”

Não sou o bispo, mas gostaria de responder à sua pergunta. Pluralizar a palavra “Aleluia” não fará com que ela se transforme em “glórias aos deuses”, isso não faz o menor sentido, pois não é uma palavra de nossa língua, ao acrescentarmos um “s” não estamos transformando sua tradução em plural, mas apenas sinalizando um conjunto de “aleluia”. A palavra Aleluia vem do hebraico Hallelu Yah, que significa “louvor a Yahweh”. Na verdade é mais do que isso, é um termo de convocação ao louvor, algo do tipo “louvem a Deus!” “Hallel” significa louvar com intensidade, com alegria. Mas Deus, nesse caso, não é a palavra “deus”, mas o nome “Yah”, que é abreviação do nome de Deus, Yahweh (que traduzimos como Jeová, ou o Senhor). Portanto, fique tranquilo, como não existe mais de um Yahweh, o que está sendo pluralizado é apenas o convite ao louvor, e isso não tem problema algum.

Na verdade, ao invés de nos atermos a esses detalhes, a “posso falar isso” ou “Não posso falar aquilo”, devemos nos preocupar com nossa forma de pensar e nossas atitudes no dia-a-dia, nossa vida com Deus, a parte prática muito mais do que a teórica. É isso o que Paulo diz com “a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 corintios 3:6)

Nós damos muita importância ao “pode isso, não pode aquilo” por influência da cultura do catolicismo romano, que é cheio do “pode, não pode”. No Cristianismo verdadeiro, nós temos que “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas” (I coríntios 6:12) No mesmo livro, no capítulo 10, Paulo diz que “todas as coisas são lícitas, mas nem todas edificam”. Não acho que debater sobre se podemos ou não usar o plural da língua portuguesa em um termo hebraico edifique. Ainda mais se isso te tira a concentração na hora da oração ou da busca e te faz duvidar se está certo ou errado o uso daquela palavra bem na hora em que você deveria estar focado no louvor a Deus, obedecendo ao convite.

Vamos nos concentrar menos nas listas de regras e mais na busca ao Espírito Santo, pois o próprio Espírito Santo nos dá a direção do que edifica e do que não edifica, do que convém, do que não convém, do que é certo e do que é errado, quando não estiver textualmente claro na Palavra. Em Filipenses 4:8 há uma explicação bem clara de como devemos proceder: “Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. Para decidir se algo deve ou não ocupar seu pensamento, sempre faça essas perguntas: “isso é verdadeiro?” “isso é respeitável?” “isso é justo?” “isso é puro?” “isso é amável?” “isso tem boa fama?” “Tem alguma virtude nisso?” “Existe algum louvor nisso?” Se a resposta a qualquer uma dessas perguntas for “não”, tire aquele pensamento da cabeça, pois ele não merece ocupá-la.

Que Deus te abençoe!

Mar do Esquecimento

Olhando as estatísticas deste blog, me deparei com as palavras-chave mais utilizadas para chegar até aqui. Curiosamente um número relativamente grande de pessoas procuraram no google “mar do esquecimento”, “qual livro da Bíblia fala sobre mar do esquecimento”, “onde está o versículo que diz que Deus lança nossos pecados no mar do esquecimento”, “mar do esquecimento está na Bíblia?”, entre outras coisas semelhantes.

Curioso imaginar que tanta gente faça esse tipo de pesquisa. Talvez alguém tenha lhe dito: “ih, mar do esquecimento nem está na Bíblia”, na intenção de mostrar que a pessoa está sendo ludibriada, ou ela mesma quer provar aos cristãos que eles inventam coisas, ou quem sabe seja alguém genuinamente preocupado em saber se seus pecados serão realmente lançados no mar do esquecimento, pois quer ser perdoado por Deus.

Em todo caso, achei que seria pertinente escrever sobre isso aqui, para que, seja qual for a intenção da busca, quem chegar aqui encontre uma resposta a respeito do tal “mar do esquecimento”.

Costumamos dizer que Deus lança nossos pecados no mar do esquecimento, e deles não se lembra mais, quando realmente nos arrependemos de nossos erros e pedimos a Ele perdão sincero. Isso é verdade. Mas se você busca o termo completo “mar do esquecimento” na Bíblia, o encontra? Vou explicar a origem desse termo.

Em Miquéias 7:18,19 diz: “Quem, oh Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquiadades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.”

Esta passagem maravilhosa fala a respeito do caráter misericordioso de Deus. Mesmo no Antigo Testamento, antes do tempo da Graça, Deus não era o ser cruel e implacável que muita gente até hoje acredita que Ele é (essas pessoas, obviamente, não o conhecem). Quando diante do verdadeiro arrependimento, Ele não pensa duas vezes antes de perdoar a iniquidade e esquecer da transgressão do Seu povo. Volta a ter compaixão de nós e lança nossos pecados nas profundezas do mar.

Em Isaías 43:25 o próprio Deus diz: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro

Não me lembro de ter lido o termo exato “mar do esquecimento”, mas como a pessagem de Miquéias diz que Deus esquece de nossas transgressões e lança todos os nossos pecados nas “profundezas do mar”, Isaías diz que Ele não se lembra de nossos pecados, e já sabendo que Deus não tem nenhum problema crônico de memória, e sabendo também que nenhuma expedição submarina encontrou toneladas de pecados incrustados de corais no fundo do mar, entendemos, de uma forma até mesmo bem poética, que este é o “mar do esquecimento”.

Deus, que não se esquece de nada, pois é perfeito (e não, não tem problemas de memória), se permite não lembrar, ignorar, todos os nossos pecados, nos dando a chance de, diante dEle, começar de novo. O “mar do esquecimento” é, então, figura do grande perdão de Deus. Quando você lança algo nas pofundezas do mar, teoricamente aquilo nunca mais será encontrado (não entremos na discussão sobre as expedições submarinas existentes hoje. Quem, em sã consciência, sairia em busca de pecados submersos??? Só se procura algo que tenha valor. Se você jogar uma coisa insignificante no fundo do oceano – acredite – ninguém irá ver, nem procurar), nem visto.

Quando pensamos em “perdoar”, geralmente não temos em mente essa idéia de desaparecer com aquela iniquidade. Perdoamos nossos irmãos, mas sempre podemos visualizar o que nos fizeram. O perdão, humanamente falando, não costuma estar atrelado ao esquecimento. Mas o perdão divino inclui o desaparecimento daquela iniquidade. Deus a lança em um lugar de onde ela nunca mais voltará e no qual ela não poderá mais ser vista por Ele. Por isso o reforço nesta idéia de esquecimento, dizendo que Ele lança nossos pecados nas profundezas do mar.

Não me interessa saber se o mar do esquecimento existe ou não, não faz a menor diferença, pois de qualquer maneira o Mar do Esquecimento é uma metáfora que me faz ver o quanto Deus é maravilhoso, a ponto de escolher não se lembrar dos meus erros, quando eu realmente me arrependo e peço perdão a Ele, decidindo nunca mais cometer aquele pecado.

E se Deus é tão misericordioso a ponto de escolher se esquecer de meus pecados, quem sou eu para ficar me torturando ao me lembrar deles, dando ouvidos ao diabo, que é o acusador? E também se Deus, o Criador, o único Santo e puro, que é o principal ofendido pelos pecados dos homens, escolhe não se lembrar mais do erro de alguém, quem sou eu para apontar o dedo e julgar uma pessoa por atos que ela cometeu no passado, e dos quais já se arrependeu? Sou eu maior do que Deus?

Além de mostrar a grandeza de Deus e o caráter perdoador do nosso Senhor, essas passagens deixam claro que o homem deve ser grato por essa misericórdia e recolher-se à sua insignificância, deixando essa mania arrogante de querer se apegar às picuinhas para tentar provar que está certo e que Deus – veja só – está errado.

Ainda escreverei novamente sobre pecado, arrependimento e perdão. Espero ter esclarecido as dúvidas do pessoal do Mar do Esquecimento. 🙂

O Contrato

A Bíblia, como livro, nos fala do passado, mas como Palavra de Deus fala sobre o hoje, sobre as nossas vidas. Não é um livro de auto-ajuda (pelamordedeus, quem diz isso ou nunca leu a Bíblia ou nunca leu um livro de auto-ajuda, ou ambas as alternativas anteriores), porque é um contrato que envolve duas partes. Nada do que está escrito ali funcionaria se não houvesse a participação de Deus também. Pode ser um livro de Alto-ajuda…risos…ajuda do alto.

A parte do homem é maior do que o que se costuma pensar. Sim, Deus é onipotente, onisciente e onipresente, a gente sabe, mas Ele também deu capacidade de escolha ao homem e respeita cada uma de suas escolhas. Ele é poderoso, mas não é invasivo. Se o homem escolhe um péssimo caminho (mesmo que aos olhos da criatura pareça bom), Deus não vai obrigá-lo a nada. Pode mostrar a ele qual é a melhor saída, mas é ao homem que pertence a escolha. Deus não brinca de marionetes, nós temos grande responsabilidade.

Em Jeremias 7:21-28 há um exemplo disso, Deus falando sobre a quebra da aliança por parte do povo. Ele é o Pai ao qual devemos respeito e que nos ensina o caminho em que devemos andar, nós somos os filhos, nosso papel é aprender com Ele, tentar crescer, respeitá-lo e obedecer, sabendo que Ele nos ama e quer nosso bem.

Aliás, Jeremias 7:23 mostra o quanto é simples o que Deus pede a seus filhos: “Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem.”

Se flexibilizamos a nossa ética, buscando jeitinhos e atalhos para fazer as coisas como achamos que devemos fazer, ele se entristece, mas tem de permitir que nos afastemos. E longe dele, estamos expostos a qualquer coisa.

“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne. Porque nada falei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos ordeno, para que vos vá bem.

Mas não deram ouvidos, nem atenderam, porém andaram nos seus próprios conselhos e na dureza do seu coração maligno; andaram para trás e não para diante. Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias; começando de madrugada, eu os enviei.

Mas não me destes ouvidos, nem me atendestes; endurecestes a cerviz e fizestes pior do que vossos pais. Dir-lhes ás, pois, todas estas palavras, mas não te darão ouvidos, chamá-los ás, mas não te responderão. Dir-lhes-ás: Esta é a nação que não atende à voz do Senhor, seu Deus, e não aceita a disciplina; já pereceu, a verdade foi eliminada da sua boca.”

Deus mostra à criatura o caminho, faz uma proposta incrível: se ela andar em Seus caminhos e der ouvidos à Sua voz, Ele será seu Deus e ela será dEle! Isso não é uma coisa virtual, é algo extremamente prático: se Ele é meu Deus, eu vou seguí-lo, obedecê-lo, respeitá-lo, aprender com Ele e Ele me guiará, me protegerá, irá à minha frente em minhas batalhas, me dará vitória. Ele faz o impossível, não está limitado às leis da física, não está limitado a nada. Ter alguém assim do meu lado vale qualquer sacrifício, inclusive o de abrir mão da minha vontade para fazer a vontade dEle. Quando Israel estava firme com Deus, vencia qualquer batalha, inclusive as mais absurdas, um punhado de israelenses destruía milhares de malucos do exército inimigo, muralhas fortíssimas eram derrubadas com gritos e toques de trombetas…

O coração endurecido e orgulhoso acha que os atalhos são idéia melhor e ignora a proposta de Deus. Não dá ouvidos à voz do Senhor e, logo, Ele não pode se considerar Deus dessa pessoa, nem essa pessoa pode considerá-lo seu Deus, porque não há aliança, não há compromisso entre eles. Deus não aceita um “relacionamento aberto”, Ele exige exclusividade, porque um de seus valores é a fidelidade, e o compromisso assumido entre criatura e criador só é quebrado pela criatura.

Então, a pessoa pode continuar acreditando que Ele é seu Deus e fazendo rituais religiosos, orando, falando de Deus, seguindo ritos e freqüentando templos, mas se em seu coração ela rompeu essa aliança ao andar por seus próprios caminhos, Ele não pode cumprir sua parte do trato, pois este foi rompido. O que acontecer depois da ruptura, jamais pode ser cobrado de Deus, pois é responsabilidade da criatura, que revogou a procuração que havia passado a Ele.

No entanto, assim como a quebra do contrato depende do homem, reconstruir essa aliança também é trabalho da pessoa. Deus é justo, se o mesmo coração duro enxergar o erro, se arrepender, pedir perdão e se consertar diante de Deus, refazendo o pacto de ouvir sua voz e seguir seus caminhos, Deus volta a ser com ela. Ele diz “tornai-vos a mim e eu me tornarei a vós” (Malaquias 3:7) Quem se afastou é que retorna. Ele está ali, no mesmo lugar, esperando. Se dermos o primeiro passo, ele se aproximará. Deus não é humano, Ele não tem magoazinhas, não fica com problema com fulano porque se afastou duzentas vezes dele. Ele vê a sinceridade do arrependimento. Perdoa, lança todas as nossas falhas no mar do esquecimento e elas ficam lá, afogadas para sempre.

No entanto, alguns corações são tão duros, mas tão duros, que até mesmo Deus se indigna:

“Dize-lhes mais: Assim diz o Senhor: Quando caem os homens, não se tornam a levantar? Quando alguém se desvia do caminho, não torna a voltar? Por que, pois, este povo de Jerusalém se desvia, apostatando continuamente? Persiste no engano e não quer voltar. Eu escutei e ouvi; não falam o que é reto, ninguém há que se arrependa da sua maldade, dizendo: Que fiz eu? Cada um corre a sua carreira como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha.

Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do Senhor. Como, pois, dizeis: Somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Pois, com efeito, a falsa pena dos escribas a converteu em mentira. Os sábios serão envergonhados, aterrorizados e presos; eis que rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria é essa que eles têm?” (Jeremias 8:4-9)

Antes que algum anti-semita fale bobagens: Jerusalém poderia ser qualquer um. Qualquer um que se desviasse dos caminhos, se abraçasse ao erro e não quisesse voltar. E, pior de tudo, insistisse em dizer que Deus está com Ele. Deus não admite participação no erro. E é bem claro:

“Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que cousa é envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tropeçarão, diz o Senhor” (Jeremias 8:12)

Alguém pode me dizer que isso fazia parte da velha aliança, do velho testamento, e que depois de Jesus, estamos no tempo da Graça. Sim, é verdade, estamos no tempo da Graça e muita gente acha que isso é motivo para relativizar a ética cristã. Deus diz “eu, o Senhor, não mudo” (Malaquias 3:6). Ele não mudou, ele apenas renovou a aliança, fez um contrato com outros termos, para substituir aquele que havia sido quebrado.

A diferença é que agora temos um advogado diante de Deus: Cristo. Sim, Jesus faz a nossa defesa, mas Ele é uma outra manifestação de Deus, sua ética é a mesma, e sua firmeza também. A diferença é que Ele se entregou em nosso lugar à punição pelo pecado, temos maior facilidade em alcançar a graça de Deus, mas a necessidade de cumprir à risca a regra permanece: dar ouvidos à Deus e seguí-lo, com o plus de também amar ao próximo como a nós mesmos.

Se a criatura estiver errada, abraçada ao erro, sem nem se envergonhar do mal que comete, e ainda dizendo que Deus está com ela, ele vai se indignar da mesma forma, vai se afastar e dar espaço para que coisas ruins aconteçam, pois retirará sua proteção. Jesus se coloca como substituto no castigo para quem o aceita, para quem o recebe como salvador, para quem se volta para ele e se arrepende de seus erros. Ele morreu por todos, mas a substituição só começa a valer quando a criatura assina o contrato, ou seja, o aceita, o recebe e se arrepende. Se Deus não se importasse e não se preocupasse, a Bíblia nem existiria. No entanto, Ele deixa tudo bem claro. O resto, depende de nós.

Essa passagem de Jeremias Deus me mostrou hoje, em resposta à minha oração sobre um problema específico. Juro que não procurei essa passagem, simplesmente orei e abri a Bíblia. Pedi uma palavra, e ele não poderia ter me dado melhor esclarecimento. Ele conhece os corações e, como meu Deus, me dá a chance de tê-lo por mim em cada batalha. É um privilégio incrível ter um Deus que permite aos seus servos tamanha proximidade e companheirismo.

Termino essas anotações agradecendo tudo o que Ele tem feito, o que Ele tem me falado nos últimos dias e a tranqüilidade que Ele tem me dado em saber que está na direção de tudo. Entrego tudo em suas mãos sabendo que não poderia estar em melhor lugar.

Alguns rabiscos sobre a Palavra

É complicado manter um padrão ético em uma sociedade que relativiza tudo. Ética não se relativiza. A Bíblia é um guia seguro de comportamento, que mostra exatamente como Deus é e o que Ele espera do homem. Além disso, conta histórias de todos os tipos, sobre várias pessoas, mas com uma coisa em comum: o caráter de Deus. Existem estudiosos da Bíblia de todos os lados, alguns que questionam cada parágrafo, outros que querem compreender Deus com os critérios humanos, outros ainda escarafuncham a História em busca de algo que possam usar para distorcer cada linha. Outros distorcem as linhas sem buscar nada que os auxilie nesta tarefa.

Não quero fazer estudos científicos da Bíblia, até porque não confio tanto assim na mente e nos conhecimentos humanos. Minha relação com a Bíblia é pautada nos resultados que o que aprendi ali (e continuo aprendendo) traz na minha vida. Tudo o que escrevo parte da certeza de que a Bíblia é a Palavra de Deus e não tento convencer ninguém disso, eu sei que é, e isso é explicado pela experiência pessoal com Deus.

Antes de cada leitura daBíblia, converso com Deus, pedindo que Ele fale ao meu coração, que não seja uma simples leitura fria, mas que seja guiada pelo Espírito Santo. Não há nenhuma experiência transcendental nisso, é apenas a fé, a certeza de que Ele irá me guiar. E Deus é tão vivo e tão real para mim que falar com Ele é como falar com uma pessoa. Não vê-lo fisicamente não faz com que ele seja menos real. Que vida sem graça teríamos se tudo precisasse ser visível para ser real. Arrisco a dizer que a maior parte da nossa vida não existiria se esse critério fosse adotado.

É sobre esse Deus vivo que escrevo, despretensiosamente, neste caderno de anotações que, espero, me ajude a compilar decentemente meus rascunhos.

Sossegai

O título deste blog remete a um hino do Cantor Cristão que sempre foi um de meus favoritos. Este hino fala da passagem bíblica em que Jesus acalma a tempestade(Mateus 8:23-8:26) (Marcos 4:36-4:39) (Lucas 8:22-8:24).

Estavam todos, Jesus e os discípulos, em um barco, em alto-mar. De repente, uma tempestade se formou e agitava o barco violentamente. Jesus continuava dormindo, mesmo com todo o barulho e a força do vento. Os discípulos, desesperados, o acordaram para que os livrasse da morte naquele momento. Jesus os chamou de homens de pouca fé, por não terem percebido que o barco não poderia jamais naufragar tendo Ele a bordo. Não havia razão para temer, muito menos para se desesperar. Então, ele ordenou que as ondas se acalmassem, e a tempestade cessou. Todos se maravilharam porque o mar o obedecera.

O hino do Cantor Cristão traça um paralelo entre essa história e as tribulações que se lançam sobre nós. O barco é a nossa vida, a tempestade são os problemas… se Jesus estiver em sua vida, não há razão para temer nenhum problema, nenhuma tempestade, nenhum ataque. Mesmo que pessoas ruins maquinem o mal contra você, mesmo que haja uma horda de inimigos querendo o seu mal, se Jesus estiver em sua vida essa tempestade jamais poderá te fazer naufragar. Basta uma ordem dele, uma única palavra, e todos os problemas serão obrigados a se curvar. Se você colocá-lo como prioridade em sua vida, buscar conhecê-lo para que ele seja um contigo, não existe razão para temer a tempestade.

Inicio este blog em meio a uma grande tempestade, porém sem medo algum, pois sei que Cristo está em meu barco e as ondas não têm escolha. “Sossegai” é a ordem. Para elas e para mim, pois não há sossego maior do que saber que Ele está no controle de tudo.


Sossegai

Mary Ann Baker (? -1881) Horatio Richmond Palmer (1834-1907)
William Edwin Entzminger (1859-1930)

Oh, Mestre, o mar se revolta,
As ondas nos dão pavor
O céu se reveste de trevas,
Não temos um Salvador
Não se te dá que morramos?
Podes assim dormir,
Se a cada momento nos vemos,
Sim prestes a submergir?

As ondas atendem ao meu mandar:
Sossegai. Seja o encapelado mar
A ira dos homens, o gênio do mal;
Tais águas não podem a nau tragar,
Que leva o Senhor, Rei do céu e mar.
Pois todos ouvem o meu mandar
Sossegai; sossegai.
Convosco estou para vos salvar, sim sossegai.

Mestre, na minha tristeza
Estou quase a sucumbir
A dor que perturba minha alma,
Eu peço-te vem banir.
De ondas do mal que me encobrem,
Quem me fará sair?
Pereço, sem ti, ó meu Mestre,
Vem logo vem me acudir.

As ondas atendem ao meu mandar:
Sossegai. Seja o encapelado mar
A ira dos homens, o gênio do mal;
Tais águas não podem a nau tragar,
Que leva o Senhor, Rei do céu e mar.
Pois todos ouvem o meu mandar
Sossegai; sossegai.
Convosco estou para vos salvar, sim sossegai.

Mestre, chegou a bonança,
Em paz eis o céu e o mar
O meu coração goza calma
Que não poderá findar
Fica comigo, ó meu Mestre,
Dono da terra e céu,
E assim chegarei bem seguro
Ao porto, destino meu.

As ondas atendem ao meu mandar:
Sossegai. Seja o encapelado mar
A ira dos homens, o gênio do mal;
Tais águas não podem a nau tragar,
Que leva o Senhor, Rei do céu e mar.
Pois todos ouvem o meu mandar
Sossegai; sossegai.
Convosco estou para vos salvar, sim sossegai.