Category: Sobre as resenhas

A conversão de Andressa Urach

Julgar Andressa Urach ou dizer: “será que ela se converteu mesmo? Vou esperar para ver” (e isso é julgar, tá?) é um contrassenso. Ou você crê no que Deus é capaz de fazer ou não crê. E se duvida dela, duvide de você também. Quantos pastores você já conheceu que pisaram no tomate e saíram da igreja? Independentemente do passado, que garantia temos de que alguém se converteu? Que garantia temos de que alguém que está na igreja vai continuar firme? Nenhuma. E que garantias deveríamos ter? Somos juízes? Deus, por acaso, nos deu esse direito?

“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. (…) Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante ao tribunal de Cristo. Porque está escrito: Como Eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a Mim, e toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Romanos 14.4;10-12

Devemos, na verdade, cuidar da nossa própria salvação para que, amanhã ou depois, não sejamos daqueles que olham para trás e saem dos trilhos. Aquele que pensa que está de pé, cuide para que não caia. Porque quando pensamos que está tudo bem é quando corremos maior risco.

Mas o que, realmente, faz os religiosos questionarem a conversão da Andressa? A resposta não está nela, está dentro deles.

“E rogou-Lhe um dos fariseus que comesse com Ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-Se à mesa. E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e, estando por detrás, aos Seus pés, chorando, começou a regar-Lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-Lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento.

Quando isto viu o fariseu que O tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que Lhe tocou, pois é uma pecadora. E respondendo, Jesus disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre.

Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinquenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E Ele lhe disse: Julgaste bem.

E, voltando-Se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não Me deste água para os pés; mas esta regou-Me os pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça. Não Me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de Me beijar os pés. Não Me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-Me os pés com unguento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama. E disse-lhe a ela: Os teus pecados te são perdoados.

E os que estavam à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este, que até perdoa pecados? E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.”

Lucas 7.36-50

Simão, em seu coração, apontou o dedo para aquela mulher. Jesus, porém, aponta o dedo de Simão de volta para ele mesmo, mostrando tudo o que ele tinha deixado de fazer para Jesus. Esse é o problema de criticarmos os outros: todos os nossos erros se escancaram. A medida do julgamento que receberemos é a medida do julgamento que fazemos. Isso, por si só, já me faz abrir mão de qualquer vontade de julgar a vida (e a conversão) alheia, sinceramente.

PS: E não adianta não falar mal, mas olhar a moça com maus olhos. Analise o seu coração. Seja honesto consigo mesmo e com Deus. E peça a Ele para ajudar você a limpar seu coração e seus olhos em relação à Andressa e em relação a outras pessoas (porque se você age assim com alguém a quem você não conhece, provavelmente esse tem sido o seu padrão de pensamento em relação a muitas pessoas).

Andressa Urach está se expondo para cumprir a promessa que fez a Deus e contar a todo o mundo a respeito do que Ele fez por ela. Ela tem buscado a Ele e procurado ser uma pessoa melhor. E você? O que tem feito?

Sofrimento de Jesus

“Não era o sacrifício físico, mas a verdadeira morte que Lhe afligia. Não foram a coroa de espinhos, as chicotadas, os pregos, a cruz e os socos dos soldados que causaram no Senhor Jesus uma dor indescritível, mas a morte sem Deus e sem o Espírito Santo.” (Extraído do livro “O verdadeiro significado da Cruz”, de Marcelo Crivella)

Por isso eu tenho verdadeiro horror daquele filme “A paixão de Cristo”, do Mel Gibson, que foi aclamado por muitos cristãos quando saiu nos cinemas (quer um filme bacana sobre a vida de Jesus? “O evangelho segundo João”, com Henry Ian Cusick, foi o mais fiel que já vi ao texto bíblico. Ao contrário da salada louca do filme de Mel Gibson), com cenas extremamente violentas, pedaços de carne voando para lá e para cá, cenas em câmera lenta, como se o diretor estivesse saboreando cada chicotada… Pessoas morreram no cinema, tamanho impacto emocional da violência das cenas.

Vi uma entrevista de Mel Gibson na época, dizendo que o filme era baseado nas visões que a freira Anna Catarina Emerich teve em mil oitocentos e pouco. A mulher era perturbada por essas visões detalhadas do sofrimento físico de Jesus, exatamente como as imagens do filme. O espírito que deu essas visões certamente gostaria de evidenciar a tortura física de Jesus, fazendo com que as pessoas se esquecessem do sacrifício espiritual, até porque assim colocariam tudo em um nível essencialmente emocional, aproximando as pessoas da religião (até por peninha de Jesus), mas afastando de Deus e da salvação real, prática.

De quebra, faziam com que as pessoas ficassem com ódio dos judeus (e ninguém tem mais ódio dos judeus do que o próprio diabo) ao culpá-los pela morte de Jesus (aí você vê que não entenderam nada. Ele veio justamente para morrer. Se alguém é culpado da morte de Jesus esse alguém é cada um de nós. E Ele mesmo.), o que levou muitos judeus a serem perseguidos e massacrados, fazendo com que tomassem verdadeiro horror do Cristianismo pois os que se diziam cristãos cometiam atrocidades usando o nome de Jesus. Ou seja, uma simples mudança de foco induzida pelo diabo foi capaz de fazer um estrago em várias frentes.

Maior tortura do que ferimentos físicos é o sofrimento espiritual de estar afastado de Deus. Sofrimento esse que faz com que a pessoa pense que a morte poderia aliviar sua dor e lhe trazer um pouco de paz (sinto muito, mas não pode. Morte é o que você experimenta agora, essa angústia, esse desespero. Desligar o seu corpo não lhe trará paz, apenas perpetuará essa morte, aumentando a angústia, o desespero, a dor e o sofrimento. A única saída para a morte que você está experimentando enquanto respira, é a vida que Deus lhe oferece aqui, agora, e da qual você só poderá tomar posse enquanto ainda respirar).

Esse sofrimento e essa dor, maiores do que qualquer sofrimento físico, Jesus experimentou naquele dia no calvário. A mesma angústia e agonia que estavam em mim, quando eu me sentia esmagada e dilacerada por dentro, achando que não havia uma saída para aquela depressão, aquele vazio, aquela tortura sem fim. Eu não sabia que Ele já tinha sofrido tudo aquilo por mim e me conquistado o direito de viver longe daquela morte. Ele morreu para que eu não precisasse continuar morta. Mas esse direito só foi conquistado porque Ele se manteve sem pecado e por isso pôde ressuscitar, vencendo a morte. Conquistou a vida da qual hoje podemos desfrutar, se aceitarmos esse pacto com Deus.

*Clique aqui para ver a resenha com meus comentários sobre o livro “O verdadeiro significado da cruz” para saber mais sobre esse direito.

Sobre viagens ao inferno e “profecias” em geral

Infelizmente, as igrejas evangélicas estão cheias do espírito de adivinhação, que se faz passar pelo Espírito Santo, guiando o povo através de “profecias”, “revelações” e “visões” de um ou outro irmão.

Não digo que todos inventem, isso seria injusto. Alguns realmente não têm o menor escrúpulo em mentir descaradamente, para tentar dar “uma ajudinha” para Deus. E tem os que recebem visões, revelações e profecias enviadas por espíritos enganadores. Sabe aquelas pessoas que impostam a voz e dizem: “Meu seeervo, eu sou o Senhor…” ? Então, eu não tenho nenhum receio de afirmar: não é o Senhor coisa nenhuma.

Tome muito cuidado com essa coisa de revelação, profecia, visões e sonhos. Grande parte dos crentes que acreditam nessas coisas acabam trocando a Revelação Bíblica por revelações individuais. ”. A verdadeira profecia é a Palavra de Deus, pregada no altar.

A Bíblia é suficiente. Sua leitura, dirigida pelo Espírito Santo, é a melhor maneira de nos mantermos livres de qualquer espírito enganador. Te garanto que Deus falará contigo, diretamente, através de sua palavra. No entanto, para isso é necessário fé. É necessário crer no que se está lendo. É por isso que tantas pessoas preferem usar intermediários para falar com Deus, pois estão vendo e ouvindo a pessoa, então não é necessário fé. Muitas vezes esses profetas ganham pelo medo, pois quem ouve tem receio de dizer que não é Deus, tem medo de pecar contra o Espírito Santo.

Certa vez, após saber que eu não queria ter filhos, um desses profetas me disse: “Daqui a um ano, eu virei até aqui e você estará segurando um filho nos braços”

Eu respondi:

– Ah, é? Filho de quem? Porque meu não vai ser.

Agora deixa eu te explicar como funciona. Se eu fosse uma pessoa impressionável, aquilo teria plantado uma dúvida dentro de mim. Assim, inconscientemente, meu cérebro faria de tudo para cumprir aquela palavra, mesmo contra a minha vontade. Esqueceria de tomar a pílula, tomaria em horários diferentes, e acabaria engravidando nos próximos três meses.

O que teria me causado um problemão. No final daquele mesmo ano, meu marido quase morreu de infecção por causa de uma apendicite, e passamos um mês morando dentro do hospital. Ele esteve na UTI, foi desenganado…agora imagina eu passar por tudo isso grávida?  Ou com um bebê recém-nascido?

Esses “profetas” e “profetisas” são verdadeiros videntes – e tratados como tais. Imagina, é tentador demais, é como se alguém lhe estendesse um telefone e dissesse que tem uma ligação de Deus para você! Esse espírito de adivinhação é desmascarado por seus frutos. Igrejas que estão cheias de fofocas, intrigas, ódio, hipocrisia, histeria e emocionalismos. Lembro que minha sogra contava a história de uma conhecida dela que dizia: “Não faço nada sem consultar a irmã fulana. Ela é minha guru”.

Isso não é novidade. Desde o antigo testamento esses espíritos de adivinhação já agiam em falsos profetas.

“Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: com o que? Respondeu ele: Sairei e serei espírito mentiroso na boca de todos os seus profetas” (2 Crônicas 18:20,21)

Sem contar os que inventavam coisas para dar “uma forcinha”:

“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que, profetizando, exprimem, como dizem, o que lhes vem do coração. Ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito sem nada ter visto. (…) Tiveram visões falsas e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor os não enviou; e esperam o cumprimento da palavra. Não tivestes visões falsas e não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor diz, sendo que eu tal não falei? Portanto, assim diz o Senhor Deus: Como falais falsidade e tendes visões mentirosas, por isso, eu sou contra vós outros, diz o Senhor Deus” (Ezequiel 13:2-8)

e

“Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano no próprio coração? Os quais cuidam em fazer que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do meu nome, por causa de Baal (Jeremias 23: 25-27)

Se valesse ainda hoje a lei:

“Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto. (Deuteronômio 18:20-22)”

Não teríamos mais um “profeta” vivo para contar a história.

PS: Lembrei de um texto interessante no blog do Bispo a respeito disso, de 2009 “Profecia” (clique para ler). E do meu comentário, que ele publicou no blog, “Comentário de uma internauta”.

Pessoas não são demônios

Um trecho que achei importante comentar do livro “A Divina Revelação do Inferno”, de Mary Baxter, mas que resolvi trazer para cá, para não deixar a resenha grande demais. Realmente preocupante a parte em que ela descreve uma festa com várias lindas moças, observadas por satanás, e faz o seguinte relato:

“Ouçam-me e me obedeçam” disse Satanás a elas. “Façam tudo o que eu mandar e vocês sempre conservarão seus lindos corpos. Agora olhem, que eu vou mostrar onde vocês farão as minhas obras malignas.”

Satanás disse: “Vão a esses lugares, vivam e ajam como pessoas normais. Engane a muitos, e desviem o maior número possível de pessoas de Deus. Estarei observando vocês, cada passo será conhecido por mim. Cuidado para não serem pegos, porque estarei vigiando vocês. (…)

Lembrem-se que vocês têm o poder de tomar a forma que desejar. Eu as enviarei a qualquer lugar que você precisarem para ter sucesso. Agora vão e façam a minha obra, e voltem dentro de um mês.

(…)

Elas eram espíritos sedutores, demônios do inferno soltos na terra e as pessoas não

sabiam que elas eram demônios.”

Conseguem ver o perigo disso? Começar a olhar para as pessoas, como se elas fossem personificação de demônios! Então a guerra do crente deixa de ser espiritual e passa a ser carnal, julgando os outros, lutando contra as prostitutas e os homossexuais, fazendo verdadeiras cruzadas de ódio e destruição, achando que aquilo é lutar contra o inferno! O que estão fazendo, na verdade, é lutar contra as vítimas, vacinando cada uma delas contra o evangelho. Enquanto o inferno ri, agradecido.

Ao mesmo tempo, os verdadeiros espíritos sedutores e enganadores agem no meio dessas pessoas, mas como não são visíveis, são aceitos até mesmo como se fossem Deus! Uma confusão sem fim, e não é de se espantar que elas colecionem perturbações de todas as espécies.

Por favor, eu lhe peço que acredite no que estou dizendo, porque é a pura verdade. Foi tão difícil para mim a preparação deste relato que fiquei até doente.

Note aqui como mais uma vez o espiritual é confundido com o emocional e sensorial. “Oh, ela ficou até doente!” mostra o quanto ela é espiritual e o quanto aquilo foi verdadeiro.  Isso vem do catolicismo, do culto ao sofrimento. Todas aquelas freiras que manifestavam, que tinham visões, iam parar no hospital, doentes, por causa das “revelações”. Esse pensamento diz que quanto maior o sofrimento, maior a santidade. Lembro que era comum ver “irmãos” dizendo que entraram em um determinado lugar que estava espiritualmente carregado, e passaram mal. Isso era prova de que esse irmão era sensível… Em nossa fé emotiva, a gente achava que isso fazia sentido.

No entanto, a fé racional não aceita isso. Se Jesus disse que nos deu autoridade sobre todo o poder do maligno, então são os espíritos malignos que devem sentir mal em nossa presença, e não o contrário. Depois muitos cristãos querem saber o segredo do “ministério de libertação” tão eficaz da Igreja Universal. Tá aí o segredo: fé inteligente, e não emotiva.