Category: Discipulado

Integridade – O sexto segredo

No dia 05 de novembro de 2009, tivemos a apresentação do sexto segredo, do propósito dos Doze Segredos para um Novo Coração: Integridade. A passagem Bíblica utilizada pelo pastor Fábio para desenvolver a Palavra foi Provérbios 11:20

“Abomináveis para o Senhor são os perversos de coração, mas os que andam em integridade são o seu prazer”

Chequei em meu minidicionário Aurélio a definição de “íntegro”: ” 1. Inteiro, completo. 2. Perfeito, exato. 3. Reto; inatacável. 4. Brioso, pundonoroso (antes que você pense que o Aurélio estava xingando alguém, “pundonor” significa “sentimento de dignidade”)”.

Tem coisas que Deus não gosta, mas tem coisas que ele não tolera, abomina. Deus não tolera pessoas de coração perverso. Existem pessoas que são ruins por estarem sob influência demoníaca, são induzidas pelo espírito maligno aos desejos ruins. Quando o mal sai, a pessoa fica boa. Existem outras, mais raras, que deliberadamente escolhem ser maliciosas e o diabo só pega carona na escolha da pessoa.

O Pastor Fábio nos ensinou que uma pessoa íntegra é uma pessoa correta, completa. Não adianta você ser uma pessoa correta até um ponto, você inicia corretamente, mas de determinado ponto para a frente, já se desvirtua, se corrompe. Uma música tocada “na íntegra” é uma música tocada completa, do começo ao fim. Assim é que deve ser a pessoa de Deus: fiel do início ao fim, não importa o que aconteça, servir a Deus por completo, e não crer na Bíblia de acordo com o que lhe é conveniente. O Pastor Fábio nos lembrou de algo que eu inclusive já escrevi a respeito: “Toda a Escritura é divinamente inspirada “, diz Paulo a Timóteo. A Bíblia inteira. Não dá para crer em algumas coisas e em outras, não. Ou eu creio ou eu não creio. Essa é a birra de muitos religiosos com a Igreja Universal. Porque eles querem insistir que existem passagens que são meramente alegóricas, não aconteceram (é conveniente, para eles ,crer assim, ainda que não possam basear essa afirmação em coisa alguma), ou que não foi bem assim, ou que foi mal traduzido, ou mesmo que aquilo era para aqueles tempos e não para os dias de hoje. Tentam todo o tipo de desculpa esfarrapada para escolherem as passagens em que lhes é conveniente crer, para que a porta fique cada vez mais larga. Na Universal a porta é estreita porque a porta é estreita, fazer o quê? Não reclamem conosco, mas com quem escreveu a Bíblia. Aprendemos que ou cremos em toda a Bíblia ou cremos em toda a Bíblia, não dá para ficar escolhendo passagem para crer, ou enganaríamos a nós mesmos.

“Os que andam em integridade são o seu prazer”. Deus tinha prazer em Jesus, pois Jesus era aquela pessoa do início ao fim. Existem pessoas que alteram seu comportamento dependendo do que acontece, ela não consegue ser a mesma até o fim. O pior é quem altera o seu comportamento com Deus dependendo da situação. Quando está tudo bem, as coisas boas acontecendo, Deus é maravilhoso. Quando vem o problema, ela já se questiona: “por quê Deus não fez nada para impedir?” e já começa a colocar na conta de Deus, enquanto deveria procurar em si mesma a responsabilidade pelas coisas que lhe acontecem, pelas escolhas que ela faz. Deus não brinca de marionetes neste mundo, não, ele não está aqui brincando de boneca. Nós temos nossas escolhas, e cada uma dessas escolhas gera uma linha de mundo que poderá ou não ser o nosso futuro. Deus nos orienta, nos direciona para a melhor escolha (ele conhece todas as nossas possíveis linhas de mundo), mas só seguiremos pelo melhor caminho se dermos ouvidos à voz de Deus. O problema é que enquanto você dá ouvidos à situação, ao desespero, à ansiedade, ao medo, à dúvida, não consegue dar ouvidos à voz de Deus. Então você vai querer colocar a culpa em Deus (é sempre mais fácil jogá-la em cima dos outros) e altera seu comportamento com Ele. Onde está a integridade do seu coração?

O Pastor nos apresentou alguns versículos do capítulo 6 de Gênesis. Eu gosto, especialmente, do versículo 9: “Eis a história de Noé: Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.” Ponto final. Essa é a história de Noé. É nisso que deve se resumir a vida de um homem. Se Deus não pode falar isso de mim, eu não tenho história, minha vida foi em vão. Isso resume toda a vida do homem de Deus.Homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos” já mostra que ele era diferente dos outros, já sugere as perseguições que ele sofreu por isso, o tanto que ele teve de suportar por amor ao Senhor, mostra o caráter dele, o casamento dele, a criação dos filhos, o trabalho, a infância, a idade adulta, a velhice, conta as dificuldades e as vitórias em dez palavras. A segunda parte, porém, é consequência da primeira:Noé andava com Deus”. É a recompensa por ser um homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos. Ele era diferente de todo mundo, era íntegro, reto, e por isso Deus andava com Ele. Não tem como andar com Deus sem integridade, não tem como andar com Deus pela metade.

Em Mateus 24:13 “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. Nossa salvação não está garantida só porque aceitamos a Jesus, ela é conquistada diariamente, pois só será salvo aquele que perseverar até o fim. Os que desistirem e ficarem à beira do caminho não alcançarão a salvação. Só persevera até o fim aquele que anda em integridade. Em Gênesis 6:5 “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” Deus viu que era continuamente mau o desígnio do coração daquelas pessoas. É aquela pessoa que está o tempo todo maquinando o mal. A pessoa quer o benefício de Deus, quer que Deus seja bom com ela, mas seu coração é continuamente mau. Deus é justo. Ele agiria da mesma maneira com aquele de coração íntegro, que anda com Ele e com aquele cujo coração é continuamente mau, olhos maliciosos e que não quer melhorar? O problema das pessoas é que elas não procuram conhecer a Deus, elas fazem uma imagem de Deus e querem que Ele se encaixe na imagem mental que elas fizeram.

Quando a pessoa é íntegra, anda com Deus, os céus estão abertos para ela. A Palavra de Deus é alimento sadio. Se a pessoa não tem compromisso com Deus, se não termina o que começa, se não faz a diferença em suas reações e em seu comportamento, como Deus pode agir? Ele não brinca de marionetes aqui, isso seria desrespeitoso com o ser humano. Quem gosta de desrespeitar as pessoas é o diabo.

2 Crônicas 25:2 ” Fez ele o que era reto perante o Senhor; não, porém, com inteireza de coração”.

A pessoa diz “Tudo o que os pastores falam para fazer, eu faço” e não entende o porquê de certas coisas não andarem na vida dela. Tem gente que faz as coisas para Deus, mas não com inteireza de coração. Inteireza de coração está naquilo que você entrega para Deus, se você entregar apenas parte do seu coração, apenas parte da sua vida, você não tem condições de fazer as coisas com inteireza de coração. Uns pedaços do seu coração estão apegados a isso ou a aquilo, a algo que você tem, ao seu filho, ao seu trabalho, aos seus problemas…você acha que Deus funciona até um certo ponto e dali para diante, é com você? Deus quer ser inteiro em nossa vida, e para isso nós temos de nos entregar inteiramente a Ele.

Terminei minhas anotações da reunião transcrevendo as seguintes palavras do Pastor Fábio:

“Faça as coisas para Deus porque você entendeu, com vontade, com desejo. Você tem de priorizar as coisas de Deus. Para um casamento ser feliz, o casal tem de manter o que disseram no início. Você quer ser feliz com Jesus? Mantenha-se íntegro”

A integridade é exercitada dia após dia, não podemos relaxar, nem nos acomodar. O Apóstolo Paulo diz em Hebreus 2:1

“Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos”

Para garantir que jamais nos desviaremos das verdades ouvidas, ou seja, da Palavra de Deus, não basta apenas nos apegar a elas, mas nos apegar com mais firmeza. Imagine como é se apegar a algo e como é se apegar a algo com mais firmeza. Eu entendo que ao me apegar com mais firmeza eu me agarro, absorvo, não largo nunca mais. Você tem se apegado à verdade de que deve se manter íntegro? Apegue-se então com mais firmeza e mantenha essa integridade como parte do seu caráter, todos os dias. Assim você garante que irá perseverar até o fim, andando com Deus em uma vida de vitórias, e alcançar a sua salvação.

PS: Todos os textos que escrevo sobre os segredos trazem ensinamentos passados pelo Pastor Fábio, que registrei durante a reunião, em minhas anotações, mas também comentários próprios, meus. Na verdade anoto tudo e depois reviso em casa, lembrando do que escutei, relendo as passagens Bíblicas, meditando sobre aquilo e, conversando com Deus, acabo encontrando outras passagens que confirmem ou complementem aquilo que estava escrevendo. Sugiro que você também faça o mesmo, com todas as Palavras que ouvir na igreja, pois assim você jamais se esquecerá delas e fará com que se tornem uma parte do seu ser, te trazendo mais intimidade e experiência com Deus.

Originalmente publicado no site do Discipulado

A reunião do discipulado acontece todas as quintas-feiras às 19 na Av. Júlio de Castilhos, 607, no centro de Porto Alegre – RS e é aberta a qualquer pessoa que deseje ter mais intimidade com Deus, conhecê-lo de verdade, independente de professar ou não uma religião.

A única maneira de ver a Deus – o quinto segredo

Antes de mais nada, uma pequena introdução: esqueça tudo o que você sente ou lembra quando ouve as palavras: “santidade”, “santificação”, “santo”. O Catolicismo Romano estragou o sentido desses vocábulos ao atrelá-los a idolatria e religiosidade. Santidade nada tem a ver com religiosidade, com aparência ou com ajoelhar-se diante de qualquer coisa que não seja Deus.

O quinto segredo para um novo coração, revelado no dia 29 de outubro de 2009, pelo Pastor Fábio, era a Santidade. A passagem bíblica que recebemos para colar no bloquinho dos 12 segredos foi Hebreus 12:14

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”

Isso é muito forte!! Infelizmente muitos religiosos, ávidos por dificultar as coisas simples de Deus, para que elas pareçam mais nobres, fazem com que o processo de “santificação” seja algo quase que inalcançável. Confundem costumes com mandamentos e fazem uma salada indigesta, que resulta em crentes se esforçando em seguir regrinhas de homens, na vã esperança de herdar a salvação. Aliás, pior do que isso, não é na esperança da salvação, não, porque na maioria das vezes não se relaciona salvação com santidade. A idéia geral que se costuma ter é que só o Senhor é santo, logo (lógica distorcida do capeta) nós jamais conseguiremos ser santos, logo (padrão de lógica distorcida do capeta 2 – A missão) é melhor nem tentar. É aquela mesma desculpinha esfarrapada do “Só Jesus é perfeito! Ele conseguia perdoar todo mundo porque era Deus! Eu nem vou tentar, porque sou humano, o ser humano é falho, e por isso eu nunca vou conseguir”, enquanto Deus já deu a receita para nos mantermos perfeitos: andar em sua presença, seguir sua direção, em absolutamente todos os momentos (Gênesis 17:1 Tiago 1:4 Mateus 5:48)

“Santo” significa “separado”. Separado para Deus. Isso eu sempre soube, e era uma daquelas coisas que faziam sentido, mas não tinham significado prático para a minha vida. Parei para pensar a respeito. Separado de quê? Do pecado, obviamente, mas não quero essa resposta religiosa fácil. O caminho da santidade é separar-se de coisas ruins, de coisas das quais você sabe que Deus não se agrada: mentira, roubo, adultério, prostituição, e todo o “grosso” do pecado, mas – e vou morrer falando isso – o maior problema não é se separar do pecado óbvio, mas do pecado religioso. O pecado religioso é aquele que se gruda no cristão sem que ele perceba: os maus olhos (sempre olhar as pessoas e situações da pior maneira possível, com malícia, achando que fulana está sendo falsa, que beltrano está querendo dizer algo que ele não disse, tirar as “conclusões” baseando-se em preconceito e pré-julgamentos), guardar mágoa, nutrir raiva e ressentimento (aí entra aquele pessoal que ora para “Deus pesar a mão”, que torce pelo mal de outras pessoas, achando que isso é certo, que é justo), apontar o dedo para outras pessoas, dizendo que elas são pecadoras, enquanto eu…humm….eu sou “santa” e me orgulho da minha humildade. As pessoas distorcem o real sentido da santidade e acham que ser santo é ser religoso, é parecer santo aos olhos humanos.

Você tem de ser santo para Deus, não para os homens. Se alguém notar, jóia, se ninguém notar, tanto faz, porque você sabe que está fazendo o seu máximo para seguir a direção de Deus. A direção mais forte, aliás, diz respeito ao amor que devemos dedicar a todos os seres humanos. Seguir isso já te faz evitar a maioria dos hábitos dos hipócritas, listados no parágrafo anterior. Sem a santificação, diz o apóstolo Paulo, ninguém verá o Senhor. O Pastor Fábio nos lembrou que esse “ver o Senhor” não diz respeito apenas à vida eterna, ao post-mortem (eu acho graça de quem pensa que o cristianismo é todo para o além. Enquanto Jesus diz que Deus não é Deus de mortos, mas de vivos), mas nós temos de ver Deus hoje, em nossa vida. Quando a gente vê e ouve notícias ruins, está vendo o mal agindo na vida das pessoas, você não está vendo Deus. E ser santo não é difícil, nem tampouco impossível…se fosse impossível, Deus não exigiria isso de seus filhos. Ele diz: “Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo” (Levítico 11:44), ao que Pedro repete, em I Pedro 1:16 “Porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo”. Mais embaixo, no versículo 22, Pedro explica como purificar nossa alma, para andarmos em santidade: “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade”, ou seja, se você quer purificar a sua alma, o caminho é obedecer à verdade, e a verdade é Jesus, a verdade é a Palavra. Somente através da obediência à Palavra de Deus é que poderemos ser purificados e santificados….por que quando você obedece, você nega a sua vontade…e negar a sua vontade, não se esqueça, é o maior sacrifício.

A respeito de “seguir a paz com todos”, no que depender de nós, devemos guardar nosso coração, não fazer guerra com ninguém, não embarcar em brigas, discussões, não ter um espírito belicoso. Confesso que esse foi um dos pontos mais difíceis de eu tratar nessa minha caminhada com Deus. Voltei para a igreja sabendo que esse seria meu maior desafio e logo já coloquei meu temperamento no altar e Deus começou a me mudar. No início é sacrifício, você engole sapo, passa um pouco de raiva, mas logo Deus honra e nos ensina a ter um espírito pacífico (ou pela nossa resistência a gente fecha a brecha para o diabo e ele tem de fugir. Pode ser isso, também), hoje em dia já é natural para mim não entrar em briga à toa, mas ainda tinha uma ou outra dificuldadezinha, que se foi ao ouvir a seguinte frase do Pastor Fábio: “Se elas criam situações para brigar, que briguem sozinhas, guerra a gente só faz contra o diabo”. Isso é a mais pura verdade!! Se é o mal que agita essas pessoas para me incomodar, eu vou brigar com as pessoas ou tratá-las bem e lutar espiritualmente contra esse mal??

Continuando a leitura do texto Bíblico (de Hebreus 12), o Pastor falou sobre não deixar nenhuma raiz de amargura. Como Deus vai projetar seu futuro se você se mantiver presa às picuinhas do passado? Outra frase que me marcou foi: “Se eu posso fazer minha ilia se sentir bem, por quê vou fazer ela se sentir mal?” A gente acha que não, mas no fundo, no fundo, isso é uma escolha. Você escolhe a reação que vai ter aos problemas e às situações. Não sei quem disse que deveríamos nos submeter aos nossos impulsos e deixar que eles nos guiem!! Eu posso parar, respirar fundo, pensar e decidir ficar quieta ao invés de falar uma bobagem qualquer que vai magoar as pessoas ao meu redor e ainda me fará sentir remorso posteriormente. Posso escolher se vou alimentar aquela mágoa, alimentar a irritação, a impaciência e tornar o dia um inferno ou se vou entregar aquilo para Deus e encarar meu dia de uma forma positiva.

O problema, meus amigos, é o de sempre: ninguém quer pagar o preço. É muito mais cômodo viver ao sabor dos sentimentos, das emoções. É muito mais fácil colocar a culpa dos meus problemas nos outros e tirar a responsabilidade das minhas costas. É complicado negar o meu eu, negar a minha vontade e encarar as coisas de maneira positiva ao invés de me lamentar, de ir à luta ao invés de ficar reclamando e me vitimizando. Negar o meu eu é sacrifício, é sacrifício obedecer a Deus. Vida cristã não é festinha, não, é coisa séria. E se você não quiser fazer a sua parte, me desculpe, não adianta tentar se separar para Deus apenas na aparência, seu coração continuará longe dele.

Outro texto bíblico apresentado na reunião foi Gálatas 5:16,17

“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer”.

Sobre isso, fiz a seguinte anotação (quem me vê no culto, percebe que eu escrevo o tempo inteiro. São páginas e páginas, para garantir que eu nunca me esqueça do que ouvi): ” Se você anda no Espírito, não satisfaz as vontades da carne. O Espírito quer as coisas de Deus, a carne, as do mundo. Quando você anda no Espírito, você está desobstruído, começa a olhar como Deus olha e Ele começa a te instruir, você arranca a natureza humana e começa a entender. A pessoa não melhora a vida dela, não consegue ser uma pessoa melhor porque ela não anda no Espírito”.

Se eu quero ser um canal desobstruído, para que Deus possa me usar, eu tenho que colocar como prioridade em minha vida ser a pessoa que Ele quer que eu seja. E ponto final. Não interessa o que eu acho, ou o que eu penso, eu não sei coisa nenhuma! O que interessa é o que Deus acha, o que Ele pensa, o que Ele quer, como Ele vê. Andar no Espírito é negar a vontade da carne, é dizer não às minhas vontades: dizer não à vontade de ficar com raiva, dizer não à mágoa, dizer não aos maus olhos, dizer não à preguiça, dizer não à mentira, dizer não à dúvida, dizer não à maldade, dizer não à fofoca, a falar da vida alheia, a julgar as outras pessoas, dizendo quem está errado, como se eu também não estivesse, como se eu fosse Deus. Dizer sim a essas coisas nos separa de Deus. Temos de nos separar para Deus e não de Deus.

Minha última anotação foi: “Eu preciso estar unido a Deus para que Ele possa falar comigo, me dar a direção. Quem se separa para Deus não tem medo, nem dúvida, nem mágoa, é seguro e está seguro”

Olho para a minha vida, como ao final de cada reunião do discipulado, e procuro ver o que aprendi, o que já estava bom, o que precisa melhorar, e vejo que estou no caminho certo, graças a Deus. O estudo sobre a santidade veio como um baita reforço para o que eu já tenho buscado, principalmente para saber que se eu quiser ver Deus agindo em minha vida, tenho que, por todos os dias de minha existência, procurar fazer o que agrada a Ele e – principalmente – evitar fazer o que o desagrada. É uma equaçãozinha simples, como praticamente tudo na vida cristã, mas para conseguir alcançar, isso deve-se manter em mente que é uma tarefa diária, eterna, porque até a morte “a carne milita conta o Espírito, e o Espírito, contra a carne”. E também não podemos esquecer que o Espírito é, sim, mais forte do que a carne, mas para que isso seja verdade em nossa vida, nós temos de querer – e agir como quem realmente quer – que o Espírito vença a carne.

Originalmente publicado no site do discipulado


A reunião do discipulado acontece todas as quintas-feiras às 19 na Av. Júlio de Castilhos, 607, no centro de Porto Alegre – RS e é aberta a qualquer pessoa que deseje ter mais intimidade com Deus, conhecê-lo de verdade, independente de professar ou não uma religião.

Confiança mesmo na guerra – O Quarto Segredo para um Novo Coração

O Salmo 27 é um dos meus preferidos, e foi ele a base da Palavra do discipulado do dia 22 de outubro, que revelou o quarto segredo para um novo coração: a confiança. O versículo usado foi o que sempre me deixou mais impressionada, que mostra a intensidade da confiança de Davi em Deus. O Pastor Fábio deixou clara a diferença entre acreditar e confiar. Eu acredito em Deus e nas coisas que Ele faz porque depois de tudo o que a gente ouve e – principalmente – vê na igreja e na Bíblia, não tem como não acreditar. No entanto, eu mostro se confio ou não pelas minhas atitudes. Quem confia não toma atitudes baseando-se no que acha ou no que sente no coração, se a gente resolver agir de acordo com o que sente no coração, está encrencado…até porque a própria Bíblia já nos avisa que “enganoso é o coração do homem”. A pessoa pode dizer que acredita, mas se deixa o medo entrar no coração já vai querer agir por impulso, fazer as coisas na força do braço, e isso sufoca qualquer confiança. Quem confia, descansa.

“O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo?” Se Deus é a sua luz você não anda nas trevas, você não anda no escuro, você enxerga o caminho por onde tem de andar, se Ele é a sua salvação, Ele te livra de todo e qualquer mal, e sendo Ele maior e mais poderoso do que qualquer força deste mundo ou de fora deste mundo, você vai ter medo de quê? Se você tem medo, onde está a sua confiança? “O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” Se o Senhor é a fortaleza da sua vida, Ele te protege, como a fortaleza protegia a cidade e a mantinha cercada e guardada dos inimigos. Se Deus é a fortaleza da sua vida, significa que Ele te mantém bem guardado, protegido. Quem quiser chegar até você, terá que primeiro passar por Deus. Então, meu amigo, a quem você temerá? Quem pode te atingir se Deus for a fortaleza de sua vida? “Quando malfeitores me sobrevèm para me destruir, meus opressores e inimigos, eles é que tropeçam e caem”. Essa era a confiança de Davi e isso era o que realmente acontecia na vida dele, pois Deus era a sua fortaleza, Davi tinha sua vida guardada e protegida por Deus, então quando os inimigos se levantavam para destruí-lo, eram eles quem tropeçavam e caíam, pois deparavam-se com a Fortaleza, que guardava Davi. Isso é muito forte!

E Davi continua a descrever sua confiança: “Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração”. Depois de entender que Davi estava guardadinho, protegido pelos fortes muros da Fortaleza que era o próprio Deus, fica fácil compreender o porquê de ele dizer que mesmo que um exército se acampasse contra ele, ele não teria medo. Agora não se esqueça que naquele tempo, eles realmente iam para a guerra, eles realmente tinham exércitos. Então Davi estava sendo metafórico, sim, mas também estava sendo literal. Ele estava falando de problemas e inimigos espirituais, mas também estava falando de exércitos armados. A confiança de Davi era tanta que ainda que um exército literalmente se acampasse contra ele, ele não teria medo. Ele veria o exército, e apesar de não estar vendo Deus, de não ver a Fortaleza ao redor dele fisicamente, ele SABIA que estava protegido por Deus e não teria medo. Aquela proteção que ele não via era mais forte dentro dele do que o exército que ele estava vendo. Preste atenção nisso!! Você vê o seu problema, você vê a situação se levantar. Deus você não vê, mas se você entrega e SABE que Ele está no controle, não existe espaço para o medo! Você SABE, não importa o que vê ou o que sente. Ou você sabe, ou não sabe. Ou você confia, ou não confia.

“E, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança” Essa é uma das partes mais fortes do texto. Davi está dizendo que mesmo que tudo pareça ter sido inútil e efetivamente a guerra estourar contra ele, mesmo assim ele não se abalará. Continuará confiando, pois não importa o que vê, mas em quem ele acredita. Se ele acreditar no exército que vem contra ele, é natural se desesperar, e também é natural perder a guerra e ser despedaçado, pois o que um homem sozinho pode fazer contra um exército em guerra? No entanto, Davi sabia que não estava sozinho, e não desconsiderava a Fortaleza ao redor da vida dele. A Fortaleza era tão real quanto o exército armado, não interessava o fato de ele ver o exército e não ver a Fortaleza, pois ela continuava a existir, vendo ele ou não. Então ainda que o problema se atirasse na frente dele fazendo “buuuu” (isso acontece várias vezes em nossa vida, não é mesmo?), ele escolhia manter sua confiança, inabalável.

O Pastor Fábio também chamou nossa atenção para o versículo 5 do salmo 37, conhecidíssimo, que diz “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará”, dizendo que Deus não tem podido fazer o mais porque a pessoa entrega, mas não confia, e essa falta de confiança tem impedido Deus de agir na vida das pessoas, não porque ele não tenha poder, mas porque Ele exige de nós essa confiança, pois não invade a vida de ninguém. Eu me lembrei de quando aprendi que deveria entregar meus problemas a Deus, e fui despertada para isso através de um livreto minúsculo (“livreto minúsculo” é algo bem pequeno, pense bem) do Kenneth Hagin chamado “Lançando nossas ansiedades sobre o Senhor” ou alguma coisa parecida. O livro chamava a atenção para Filipenses 4: 6 e 7 e acho que se eu tivesse meditado nesses dois versículos teria me poupado todo o tempo da leitura do livreto, pois eles dizem absolutamente tudo.

Então eu entregava meus problemas a Deus, de todo o coração, e começou a funcionar, as coisas foram se desenrolando, conforme eu entregava, perseverava em oração e mantinha minha confiança. Só que depois de algum tempo, eu me pegava pensando nos problemas, novamente, e percebia que havia agarrado todos eles de volta. Às vezes eu entregava e ficava segurando em uma pontinha, para me certificar de que Deus faria mesmo o que eu queria que ele fizesse, como se Ele não soubesse muito melhor do que eu o que deveria ser feito e em que tempo deveria ser feito, em qual ordem e de qual maneira. Deus teve muita paciência comigo nessa época. Então eu tinha que parar tudo, orar e entregar novamente. Fazia isso centenas de vezes por dia, até aprender a entregar e deixar com Deus. Que falta me fez ouvir a explicação o quarto segredo! (Tá, o negócio parece óbvio, agora que você sabe, mas na hora eu fazia as coisas, e como só tinha aprendido pela metade, quando acertava nem sabia como tinha acertado. Assim é meio complicado acertar novamente, né não?) O que me fazia pegar os problemas de volta era a falta de confiança, não a falta de entrega! O “pegar os problemas de volta” era justamente o medo se manifestando através da ansiedade, e isso é o oposto da confiança, é o oposto da fé! Como bem disse o pastor Fábio, se eu sair da Fortaleza para tentar resolver o problema na força do meu braço, fico desprotegida! Isso não é nada inteligente, nem quando se trata de ajudar outra pessoa. Tenho sempre que me submeter a Deus e, assim, trazer essa pessoa para dentro da Fortaleza, para que ela também esteja sob essa proteção e Deus possa agir na vida dela, como tem agido na minha.

Eu atrasei o cumprimento das promessas de Deus em minha vida por não respeitar esse princípio básico de confiança, e não apenas isso, mas também consegui uma porção de problemas desnecessários por conta de não conseguir confiar, me deixar levar pelo medo, alimentar ansiedade e me agarrar à insegurança, correndo para longe da minha Fortaleza. Se eu sair da Fortaleza, que é a Presença de Deus, o mal ataca e eu sou atingida, mas se eu me mantiver confiando, na Fortaleza, o mal é que tropeça e cai. É uma equaçãozinha bem simples, como, aliás, todas as coisas de Deus. Busque conhecer a Deus, ter um relacionamento de amizade com Ele, busque se manter dentro dessa Fortaleza e Ele te guiará os passos, pois será também a sua luz, ele te protegerá de qualquer investida do inimigo, pois será a sua Salvação, e a sua Fortaleza. Não existe mesmo razão para medo, ansiedade ou impaciência.

Originalmente publicado no site http://www.discipuladors.com.br, na categoria Heroínas da Fé.

O Terceiro Segredo e eu

Como já temos comentado nos artigos anteriores, estamos, no discipulado, com o propósito dos Doze Segredos para um Novo Coração. O primeiro segredo foi a entrega total, o segundo, a obediência. O terceiro, para completar essa tríade básica, é a Sinceridade. O texto bíblico base para esse segredo está no capítulo 29 do livro de Isaías, mais especificamente o versículo 13.

“O SENHOR disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu”

O Pastor Fábio ressaltou a importância de uma vida cristã genuína, transparente, verdadeira. Temos de ser verdadeiros com Deus, e o resultado da nossa vida reflete a nossa comunhão com Deus. O temor de que fala o texto é o respeito, a consideração para com Deus. Se a sua consideração baseia-se apenas nos cerimoniais que você aprendeu na igreja: você se batiza, toma ceia, entrega o dízimo, muda a linguagem e os trejeitos, mas não entregou o seu coração, de verdade, integralmente, a Deus, nada do que você faz aqui vale, pois será vazio. Eu posso fazer valer o que aprendo aqui ou não, o segredo está no coração.

Como sempre, o Pastor Fábio ilustrou a mensagem com exemplos, explicando de tal forma que, quem estava ali para aprender de verdade, nunca mais esquecerá. Dou graças a Deus porque foi essa personalidade bem humorada desse homem de Deus que o Senhor usou para me acordar espiritualmente, quando comecei a frequentar as reuniões do discipulado, pois sempre que ele me faz rir, também me faz pensar e isso é tão forte que a palavra dita se agarra ao meu coração e à minha mente, para sempre. A cada quinta-feira Deus solidifica uma direção certeira para transformar meu coração de uma vez por todas e me fazer ser a pessoa que Deus quer que eu seja, finalmente.

O terceiro segredo me fez ver algo que eu até já desconfiava, mas que não havia pensado dessa maneira. É bom quando conseguimos entender, conscientemente, o que estávamos fazendo de errado, pois à medida em que vem para a consciência, você tem condições de ver o que estava fazendo de ruim e escolher não fazer mais, identificando sempre que o mal aparecer com aquela sugestão em sua vida. Assim também são as coisas boas. Não adianta só conseguir fazer a coisa certa de vez em quando. Por exemplo, meu esposo certa vez esteve na UTI entre a vida e a morte. Na hora eu usei uma fé que tirei não sei de onde, determinei que ele sairia dali com vida e em tempo recorde (4 dias) ele já estava no quarto, fora de risco. Maravilha, né? Bem, sim e não. Maravilha, porque ele sobreviveu, Deus deu o livramento. Mas nem tão maravilha, porque passado aquele momento de horror, eu já não sabia exatamente como fazer para ativar aquela fé que me trouxera o resultado. Por quê? Porque ela não era consciente. Somente agora aprendi, conscientemente, como é que se aciona esse mecanismo da fé, como Deus espera que seja nossa reação aos problemas e situações, para que Ele possa estender a mão e nos trazer o socorro, o livramento, a vitória.

Voltando ao assunto, o terceiro segredo contou a história da minha vida e da minha família. Como já comentei em artigos anteriores, eu nasci em lar evangélico, a mãe da minha avó se converteu em mil oitocentos e alguma coisa (é sério), lá no interior da Bahia, que foi onde minha avó nasceu. Essa minha bisavó sofreu perseguições pelo evangelho, ela realmente teve experiência com Deus, ainda que não tivesse muita informação. Desceu, na fé, com os filhos, da Bahia até Mato Grosso, buscando uma vida melhor. Ignorando o fato de ser mulher, viúva, sozinha, mãe de três filhos, comprou uma pensão e a administrava. Prosperou e era uma pessoa feliz. O testemunho da família pára por aí. Daí para diante, a história gira mais em torno de formalidades religiosas do que de vida com Deus. Havia, em algumas pessoas, uma grande vontade de viver para as coisas de Deus, mas a família se embrenhou em uma religiosidade vazia, que nos fez viver naquela gangorra espiritual da qual já comentei: altos e baixos, vida amarrada, casamentos destruídos, pessoas infelizes, enfermidades recorrentes, pessoas carregando nos ombros peso desnecessário.

Foi assim, religiosa, que cheguei, há dez anos, na igreja universal, e vivi por muito tempo com o alicerce torto que trouxe da minha vida religiosa anterior, e tentei construir algo sólido sobre aquele alicerce. Obviamente, sem sucesso (só funcionou quando derrubei todo aquele alicerce e fiz de novo). E durante a reunião de quinta-feira eu me dei conta de qual foi meu maior erro nessa caminhada, o que me tirou da obra (fui levantada a obreira meses após chegar na igreja) e que me fez andar em círculos por tanto tempo, antes de eu acordar, de verdade. Lembro que eu tinha um certo receio de voltar a estudar, a escrever e dar mal testemunho, e as pessoas falarem que “ah, olha o que a obreira da Igreja Universal disse/escreveu/fez”, porque eu sabia que tinha um temperamento difícil e que acabaria brigando com alguém na primeira oportunidade. Ao invés de buscar libertação para o temperamento complicado, eu me acomodei e usei isso como mais uma desculpa para justificar o fato de ter deixado entrar no meu coração uma bobagem dita por outra obreira (que eu deveria passar mais tempo na igreja, de uniforme, ou estaria fazendo a obra relaxadamente), esfarrapando mais ainda a desculpa já esfarrapada que na verdade escondia meu medo e minha falta de compromisso com Deus. É isso aí, meus amigos, porque eu cheguei desta vez na igreja da mesma forma que cheguei da vez passada, com o mesmo temperamento difícil. Mas no primeiro mês de discipulado, me dispondo de verdade a mudar isso, Deus transformou meu temperamento. Facinho assim. Por que raios eu não fiz isso antes?

A reunião de quinta-feira me respondeu: faltava sinceridade. Eu era um vaso rachado, todo trincado, esquisitinho, tascava uma tinta e uma cera por cima, disfarçava daqui e dali, como tantas outras pessoas (arrisco-me a dizer: a maioria) nas igrejas de todo o mundo. Achando que fez sua parte só porque foi à igreja, só porque ora antes de dormir, só porque sabe de cor vários versículos da Bíblia, só porque sabe a posição dos livros dentro da Bíblia e encontra “Sofonias” sem grandes dificuldades. Acha que está arrebentando só porque sabe a diferença entre o Vale de Sal e a Corrente dos 70, só porque já foi obreira, já serviu a santa ceia, já expulsou demônio (ou ainda o faz), sabe os nomes dos livros da Bíblia em hebraico e tem a Bíblia toda rabiscadinha de estudos devocionais. Começa a achar que sabe muita coisa e vai adaptando a Palavra de acordo com sua necessidade. A hipocrisia é um caminho largo e pelo qual é fácil de se enveredar (acho que tem uns demônios que já assistiram a séculos de faculdades teológicas e são experts em direcionar corações que estão longe de Deus à hipocrisia, bastando conseguir espaço na falta de disposição para a entrega total, na falta de disposição de ser humilde e se submeter a Deus).

Negar a si mesmo e se entregar de coração, totalmente, corpo, alma, espírito, vontades, etc. É essencial para quem quer ter vida. Mas é primordial entender a importância disso, a importância de se ter uma vida com Deus, porque o orgulho nos leva a achar que não podemos demonstrar fragilidade diante das pessoas. É um dos maiores enganos, achar que eu tenho uma imagem de cristão a zelar e não posso assumir o que está dentro de mim. Meu amigo, o fato de assumir que precisa de Deus não é mostrar fragilidade diante das pessoas, mas é, sim, humilhar-se perante Deus. Não deixe o diabo te enganar! Você vai passar a vida posando de cristão e depois verá que tudo foi em vão, quando descobrir que seu fim será no lago de fogo. Vale a pena? Meu problema com o inferno nem é o fogo, nem é o enxofre, o verme que nunca morre, o fogo que não se apaga, etc. Mas ficar longe de Deus! Longe da Presença que me traz sentido para a vida! Vale a pena perder isso por uma aparência diante dos homens? A hora é agora, de jogar fora toda a bagagem que não te serviu para nada e entrar diante de Deus, com humildade e sinceridade. Permitir ser quebrado, esmigalhado e desfeito, desmanchado e refeito, como vaso de honra, sem cera, perfeito e agradável.

Quando entendi que por muito tempo fui falsa com Deus, não sendo sincera, reafirmei o compromisso de sinceridade que fiz com Ele, entregando toda a minha vida, mais uma vez. Não me importo em falar que fui falsa com Deus por muito tempo, pois não fazia isso de propósito, conscientemente, pelo contrário, fazia achando que estava fazendo o máximo, embora no fundo, no fundo, soubesse que faltava muito ainda a entregar, pois eu não estava disposta a pagar o preço (aí entramos naquela parte do salmo 81, da semana passada: “assim, deixei-o andar na teimosia do seu coração: siga seus próprios conselhos”, foi o que Deus fez comigo). Não me importo em falar, pois sei que Deus me levantou do buraco em que me enfiei (estando na igreja…) para mostrar àqueles que estão dormindo dentro da igreja, que é hora de acordar, que aceitar a Jesus é só o começo, não é toda a caminhada. E o quanto é fácil enveredar pelos caminhos da religiosidade, da falta se sinceridade, da hipocrisia, mesmo sendo – aparentemente – um bom cristão. Vigiar, o tempo todo. Humildade e vigilância, é o que precisamos aprender a desenvolver, diariamente, pois nossa caminhada nesta Terra é na guerra, na batalha, e não podemos esmorecer, nem esfriar, nem desanimar, muito menos dormir e começar a cumprir mandamentos de homens, maquinalmente, mecanicamente, sonambulamente, achando que isso justifica alguma coisa.

Aguardo o quarto segredo, pois sei que Deus irá solidificar mais algum ensinamento prático, para estruturar minha vida espiritual e efetivamente criar em mim um novo coração.

Publicado em: http://www.discipuladors.com.br/heroisdafe/

Obedecer é melhor do que sacrificar

O segundo segredo para um novo coração, apresentado no discipulado na última quinta-feira, como sempre, me fez pensar. Eu costumo buscar absorver o máximo possível da Palavra que Deus me apresenta, pois sei que só assim Ele conseguirá transformar tudo o que precisa ser transformado em mim. Não posso ficar passiva, esperando que as coisas se modifiquem sem que eu precise fazer o mínimo esforço. Pelo contrário, Deus me dá a direção, e eu tenho de me certificar de que ela foi totalmente compreendida e absorvida, para que aquela palavra seja parte de mim, e assim eu garanto que não me apartarei dela jamais.

Meditando no que ouvimos na quinta-feira, me lembrei dessa passagem bíblica que costuma ser muito mal interpretada por aí. Em I Samuel 15:22, o profeta Samuel dá um baita puxão de orelha no rei Saul, que desobedeceu a palavra do Senhor (Deus mandou ele destruir todo o povo de Amaleque, ele não poderia deixar vivo nem os animais. Ele então matou todo mundo, exceto o rei Agague e o melhor dos rebanhos. E depois ainda deu a desculpa de que era para sacrificar ao Senhor). Saul já havia se habituado ao posto de rei e, como se diz por aí, o poder lhe havia “subido à cabeça”. Ele destruía os inimigos e já começou a achar que era ele quem fazia alguma coisa, e que não precisava se submeter a Deus, nem ao profeta. Começou a fazer uma bobagem atrás da outra, até que Deus se arrependeu de tê-lo ungido rei sobre Israel, começou a procurar coisa melhor e encontrou Davi. No momento em que Deus se arrependeu de ter escolhido Saul, Ele mandou Samuel ir falar com o rei, para anunciar a Saul o que Deus havia pensado daquilo.

Chegando lá, Saul, totalmente sem-noção, ainda teve a capacidade de dizer que havia executado as palavras do Senhor (v.13). Deus disse que não era para ele poupar nada, e ele poupou ao rei e ao melhor do rebanho. Ele fez pela metade, e ainda se gabava de ter feito o que Deus havia mandado. Depois de um certo tempo na igreja, começamos a nos acomodar e corremos o risco de fazer como Saul: achamos que temos uma espécie de sociedade igualitária com Deus e nos damos o direito de alterar a direção dele ao que nos é mais conveniente. Então passamos a “adaptar” as coisas na igreja, dizendo (para nós mesmos) que “não é bem assim”. Obedecemos pela metade, achando que estamos cumprindo a Palavra de Deus. Ora, obedecer uma parte é desobedecer totalmente. Porque quem desobedece uma parte, desobedece tudo. Queremos que Deus e a igreja se adaptem ao nosso jeito e ao nosso estilo de vida, e depois ainda reclamamos por não conseguir alcançar o resultado prometido. Muita gente chega ao cúmulo de culpar a igreja, de culpar até mesmo Deus, sem conseguir olhar para as próprias responsabilidades.

Saul se justifica no versículo 15, dizendo que poupou o melhor do gado para sacrificar ao Senhor, mas depois, no versículo 24, ele assume que na verdade não quis destruir o melhor do gado porque temeu o povo e preferiu ouvir à sua voz (provavelmente eles não quiseram abrir mão de levar despojos daquela batalha, e Saul preferiu agradar ao povo do que agradar a Deus, esquecendo que o reinado dele dependia do Senhor, e não do povo), ou seja, ele escolheu colocar outra coisa (no caso, o povo, o prestígio político) no lugar do Senhor, e ainda arranjou uma desculpa esfarrapada aparentemente “santa” para a desobediência. Assim também fazemos, quando nos afastamos de Deus e nos aproximamos da religiosidade vazia: esquecemos que nosso futuro e nossa vitória dependem de Deus, queremos fazer as coisas do nosso jeito, na força do nosso braço, e ainda damos desculpas esfarrapadas banhadas a religiosidade, para parecer que aquela desobediência (porque estamos nos colocando no lugar de Deus, o jogando para escanteio, sem querer admitir isso) é algo sublime, santo, sagrado, e ai de quem disser o contrário!

Então Samuel diz o que Deus pensa a respeito disso: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.” (I Samuel 15:22) Isso é muito forte! Primeiro, isso não quer dizer que Deus não queira sacrifícios, muito pelo contrário! Sabe por que o obedecer é melhor do que sacrificar? Porque obedecer é o maior sacrifício! Não era sacrifício para Saul oferecer bois e ovelhas ao Senhor (até porque aqueles bois e ovelhas nem eram dele), mas tanto era sacrifício para ele engolir seu orgulho, sujeitar-se a Deus e enfrentar a ira do povo, não deixando que ninguém levasse aquele gado gordo e bom com vida, como Deus ordenara, que ele não teve coragem de fazer! O maior sacrifício, meu amigo, é negar a sua vontade, é negar a si mesmo e obedecer a Deus, independente do que Ele te pede para fazer. Foi esse o maior erro de Saul, ele escolheu não negar a si mesmo. Essa é a cruz que Jesus nos manda carregar, é esse o maior sacrifício: a obediência irrestrita. Deus não se importa com a oferta que você dá se a maior de todas as ofertas você não quiser fazer: entregar o seu coração, a sua vida e a sua vontade nas mãos dele. Porque se Ele puder contar com a sua obediência irrestrita, sua oferta, aí sim, será verdadeira.

Essa é a primeira e irrevogável condição de Tiago 4:7 “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Geralmente a gente só lembra da segunda parte, que está depois do ponto e vírgula. Porém, a primeira parte é necessária para que consigamos cumprir a segunda: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus”. Sujeitar-se a Deus é obedecer, sem reservas, sem querer “dar um jeitinho”, porque com Deus não tem isso, o caminho dele é reto, com Ele o sim é sim e o não é não e ponto final. Se você não está disposto a sujeitar-se a Deus, a obedecer, a negar a si mesmo e a tomar a sua cruz, não tem como seguir a Jesus. Ele não nos dá opção, ele exige entrega total. Este, aliás, é o primeiro segredo, que foi passado na quinta-feira da semana passada. Vê como realmente uma coisa é sequência da outra. E se você quiser saber o que mais Deus espera de nós (e saber como Ele pensa e o que Ele quer é necessário para que você possa obedecer, não é?), não esqueça de buscar o terceiro segredo na quinta-feira, na Catedral da Fé, na reunião do Discipulado. É a oportunidade que Deus te dá, pois conforme aprendemos na semana passada, Ele quer se mostrar forte na vida daquele cujo coração é totalmente dele. Se seu coração for totalmente dele, você vai obedecer, e se Deus se mostrar forte em sua vida, meu amigo, qual problema poderá resistir?


Originalmente publicado no Site do Discipulado